Em reunião realizada na última terça-feira (1º), o Conselho Universitário da Unicamp aprovou, por unanimidade, a criação de cotas para pessoas que se autodeclaram trans, travestis ou não binárias em seus cursos de graduação.
A proposta é resultado de uma articulação entre a reitoria da universidade, representantes estudantis e movimentos sociais, como o Ateliê TransMoras e o Núcleo de Consciência Trans. A iniciativa foi desenvolvida por um grupo de trabalho composto por 15 pessoas, sendo que, segundo a universidade, sete integrantes se identificam como trans.
Para o professor José Alves Neto, coordenador da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares), a medida representa uma nova etapa na política de acesso da universidade. Ele destacou o caráter participativo da formulação da proposta.
As vagas específicas serão disponibilizadas no edital Enem-Unicamp e poderão ser disputadas por candidatos oriundos tanto de escolas públicas quanto privadas.
A distribuição das vagas seguirá os seguintes critérios:
- Cursos com até 30 vagas deverão oferecer pelo menos uma vaga regular ou adicional para este público;
- Cursos com 30 vagas ou mais terão de reservar pelo menos duas vagas, também regulares ou adicionais.
A medida será implementada já nos próximos processos seletivos, e a universidade afirma que continuará acompanhando os resultados por meio de suas comissões internas.
Foto: Thomaz Marostegan/Unicamp