A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresentou nesta terça-feira (17) à ministra da Saúde, Nísia Trindade, o projeto de construção de um hospital oncológico em Campinas (SP). A iniciativa, que tem como objetivo atender à crescente demanda por tratamento de câncer na região, prevê um investimento de R$ 500 milhões para a construção da nova unidade.
A superintendente do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Elaine Cristina de Ataide, destacou a pressão crescente enfrentada pelo sistema de saúde regional devido ao aumento dos atendimentos oncológicos. “A expectativa é de que no decorrer do ano que vem a gente já tenha dados e cronologia mais robusta para passar para vocês”, afirmou Elaine, ressaltando a importância da estruturação de um centro especializado.
Principais justificativas apresentadas
Durante a reunião com a ministra, a superintendente listou diversos fatores que evidenciam a necessidade urgente de um hospital oncológico na região de Campinas. Entre eles, destacam-se:
- Aumento dos diagnósticos de câncer na região e previsão de crescimento contínuo devido ao envelhecimento populacional.
- Falta de leitos e de recursos especializados para um atendimento integral.
- Disparidades regionais, com municípios periféricos carecendo de infraestrutura para tratamentos complexos.
- Filas longas para internações, exames e cirurgias, impactando negativamente nos prognósticos dos pacientes.
Elaine também ressaltou que o projeto recebeu uma sinalização positiva do Ministério da Saúde, mas ainda não há uma data definida para o início das obras.
Ministra promete análise do projeto
Em entrevista à EPTV, a ministra Nísia Trindade garantiu que o governo federal analisará a proposta apresentada pela Unicamp. “Ainda temos que sentar e avaliar”, disse a ministra. Enquanto isso, a região de Campinas será contemplada pelo programa “Mais Acesso a Especialistas”, que visa reduzir filas para consultas e exames em todo o Brasil.
Crescimento da demanda no HC da Unicamp
Os números do HC da Unicamp reforçam a necessidade de uma unidade especializada em oncologia. Dados comparativos entre 2022 e 2023 mostram um aumento significativo nos atendimentos a pacientes oncológicos:
- Internações realizadas: 11.535 (2022) para 12.089 (2023), crescimento de 4,16%.
- Sessões de radioterapia: 10.821 (2022) para 11.111 (2023), aumento de 2,7%.
- Exames de imagem: 128.865 (2022) para 133.039 (2023), incremento de 3,2%.
- Atendimentos ambulatoriais: 396.650 (2022) para 447.217 (2023), aumento de 12%.
Esses números evidenciam a pressão que o HC tem enfrentado para atender à crescente demanda de casos oncológicos, tornando ainda mais urgente a construção de um hospital oncológico para a região.
Com a apresentação do projeto e a sinalização de análise pelo Ministério da Saúde, a expectativa é de que em breve o sistema de saúde da região possa oferecer uma resposta mais estruturada e eficiente às necessidades dos pacientes com câncer.