Um levantamento da Fundacão Seade revelou que a Região Administrativa de Campinas concentrou um terço de todos os investimentos industriais anunciados no estado de São Paulo entre 2022 e 2024. No período, foram R$ 26,7 bilhões de um total de R$ 82,7 bilhões, confirmando a força econômica da região.
Entre os destaques estão os investimentos bilionários da Great Wall Motors (GWM), com R$ 10 bilhões aplicados em Iracemápolis, Hyundai, com R$ 5,5 bilhões em Piracicaba, e Honda, que investiu R$ 4,2 bilhões em Itirapina. O setor automotivo lidera os aportes, com foco na modernização de fábricas e na produção de veículos mais sustentáveis.
Outros setores também registraram investimentos expressivos, como a Nestlé, que ampliou sua planta de café em Araras, e a Klabin, com uma nova unidade de papelão ondulado em Piracicaba.
Segundo a pesquisadora Margarida Kalemkarian, da Seade, o sucesso da região se deve a infraestrutura, logística eficiente e centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Ela cita ainda os R$ 200 milhões da Pirelli, em Campinas, para criar pneus sustentáveis, e os investimentos da John Deere, em novos equipamentos industriais.
“Os investimentos quadruplicaram em relação ao triênio anterior, quando somaram pouco mais de R$ 6 bilhões. Agora, ultrapassamos os R$ 26 bilhões”, destacou Margarida. A região de Campinas supera com folga outras regiões do estado, como Sorocaba (R$ 14,8 bi), Bauru (R$ 9 bi) e a própria Região Metropolitana de São Paulo, que registrou R$ 6,7 bilhões.
Veja a relação:
- Região Administrativa de Campinas – R$ 26,7 bi
- RA de Sorocaba – R$ 14,8 bi
- RA de Bauru – R$ 9,0 bi
- Região Metropolitana de São Paulo – R$ 6,7 bi
- RA de São José dos Campos – R$ 2,6 bi
- RA de Santos – R$ 1,4 bi
- Investimentos com abrangência inter-regional (sem especificação de valor para cada região) totalizaram – R$ 21,2 bi
Outro diferencial da região é o superlaboratório Sirius, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Com tecnologia de ponta, o Sirius é usado para análises em escala atômica e tem atraído pesquisas internacionais, contribuindo para o avanço de setores como saúde e ciência dos materiais.
Margarida também destacou o laboratório de biossegurança máxima Orion, outro projeto estratégico para emergências sanitárias, como exemplo da estrutura de primeiro mundo instalada na região.
Com bases sólidas e diversificadas, os investimentos mantêm a região de Campinas como um dos principais polos industriais e tecnológicos do Brasil, impulsionando o desenvolvimento mesmo em cenários econômicos desafiadores.