O papa Francisco, que está hospitalizado há 18 dias devido a uma pneumonia bilateral, sofreu nesta segunda-feira (3) dois episódios de insuficiência respiratória aguda, conforme informado pelo Vaticano. Apesar da gravidade do quadro, o pontífice permaneceu consciente durante todo o tempo.
Segundo o comunicado da Santa Sé, a nova crise foi causada “por um acúmulo importante de muco endobronquial e o consequente broncoespasmo”. Diante disso, os médicos realizaram duas broncoscopias para aspirar as “secreções abundantes”. Ainda conforme o boletim, o papa precisou retomar a ventilação mecânica não invasiva, e seu prognóstico continua sendo reservado.
Internação prolongada gera preocupações
O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos está internado no hospital Gemelli, em Roma, desde o dia 14 de fevereiro. Inicialmente diagnosticado com bronquite, o quadro evoluiu para pneumonia bilateral, exigindo um tratamento mais intenso. No entanto, segundo o Vaticano, o papa sempre se manteve vigilante, orientado e colaborativo.
No domingo (2), a Santa Sé havia divulgado um boletim afirmando que o estado de saúde do pontífice era estável, mas ainda exigia cuidados. Já na sexta-feira (28), Francisco havia apresentado um episódio de broncoespasmo, que é uma contração dos músculos dos brônquios, dificultando a respiração.
Os médicos explicam que o broncoespasmo pode levar a um episódio de vômito, seguido de inalação do próprio conteúdo gástrico, o que é chamado de broncoaspiração. A recorrência dessas crises levanta preocupações sobre a capacidade do papa de continuar desempenhando suas funções.
A hospitalização mais longa do pontificado
Desde o início de seu papado, em março de 2013, esta é a ausência mais longa de Francisco. O pontífice não fez aparições públicas desde sua internação e, no domingo, limitou-se a agradecer as orações dos fiéis por meio de uma mensagem escrita enviada para o Angelus.
A situação de saúde de Francisco tem gerado discussões dentro da Igreja, já que o direito canônico não prevê diretrizes específicas para um caso em que um papa tenha a lucidez comprometida. Embora o pontífice tenha afirmado em ocasiões anteriores que não pretende renunciar, os episódios recentes reacenderam questionamentos sobre sua permanência à frente da Igreja Católica.
Os médicos do Vaticano ainda não informaram por quanto tempo o tratamento do papa Francisco pode durar. O último boletim, divulgado na madrugada desta segunda-feira (3), indicava que ele havia passado a noite bem e conseguido descansar normalmente. Contudo, novas atualizações sobre seu estado de saúde são esperadas nos próximos dias.