A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu um forte abalo, registrando uma queda inédita de 11 pontos percentuais em apenas dois meses, segundo a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha. A avaliação positiva do governo despencou de 35% para 24%, enquanto a reprovação saltou de 34% para 41% — os piores números de seus três mandatos.
Crise do Pix e inflação impactam popularidade
O governo enfrenta turbulências, sendo a mais recente a polêmica da fiscalização do Pix, que gerou intensa reação negativa. A medida, que previa monitoramento de transações acima de R$ 5 mil, foi revogada após forte pressão popular e da oposição, que acusou o governo de tentar controlar o dinheiro da população.
Outro fator que tem pesado na avaliação do presidente é a inflação dos alimentos, uma preocupação constante entre os brasileiros. Lula também gerou repercussão negativa ao afirmar que os consumidores deveriam “parar de comprar comida cara”, declaração interpretada por muitos como desconectada da realidade da população.
Queda de apoio em segmentos historicamente favoráveis
A pesquisa revelou um forte recuo na aprovação de Lula entre eleitores que tradicionalmente o apoiam:
- Entre os que ganham até dois salários mínimos, a aprovação despencou de 44% para 29%.
- No grupo com ensino fundamental, a queda foi de 53% para 38%.
- No Nordeste, reduto petista, o apoio caiu 16 pontos percentuais, de 49% para 33%.
Até mesmo entre os que votaram em Lula no segundo turno de 2022 contra Bolsonaro, a avaliação positiva caiu 20 pontos, atingindo 46%.
Sinal de alerta no Planalto
O declínio na popularidade do presidente levanta questionamentos sobre sua capacidade de reverter o cenário até 2026, quando pode tentar a reeleição. Outros levantamentos indicam que ele ainda lidera cenários eleitorais, mas o aumento da desaprovação pode fragilizar seu projeto político.
Enquanto isso, a oposição se movimenta. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) desponta como nome forte, enquanto figuras ligadas ao bolsonarismo, como Pablo Marçal e Gusttavo Lima, também começam a testar a aceitação do eleitorado.
Lula, por sua vez, já esboça sua defesa, culpando a desinformação e as fake news pelo desgaste de sua imagem. No entanto, com a tendência de queda na aprovação e alta rejeição, os próximos meses serão decisivos para definir os rumos do seu governo e de sua eventual candidatura à reeleição.